Cajuína piauiense receberá certificação de qualidade
Selo vai agregar mais valor ao produto
Thays Teixeira e Antônia Pessoa
Com a proposta de agregar valor e destacar os melhores produtos será lançado o Selo de Regulamentação da Cajuína produzida no Piauí. Essa iniciativa foi apresentada em reunião, ocorrida este mês, com produtores de cajuína do Estado e gestores do Projeto Agroindústria do Caju, executado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí. Na ocasião foram mostrados os resultados da pesquisa de sensoriamento geográfico que caracterizou o produto fabricado no Estado.
Com essa delimitação de características será possível distinguir a cajuína produzida por aqueles que possuem uma regulamentação. O projeto de caracterização e de criação do selo será gerenciado pela Cooperativa Pró-Cajuína, com o apoio do Sebrae no Piauí.
O laudo técnico que caracterizou a cajuína foi realizado pela Universidade Federal do Piauí, UFPI, tendo a consultoria de Roberto Castelo Branco, responsável pela pesquisa sensorial geográfica do produto.
Dentre os critérios considerados para a caracterização da cajuína estão: cor amarelada, brilho, homogeneidade, odor e aroma, frutado de caju, caramelização, pútrido, textura, corpo, sabor, gosto, adstringência, acidez, doçura e frio. Através desses aspectos será possível distinguir a cajuína produzida no Piauí. O comparativo para o levantamento desses dados considerou amostras de produtos fabricados com o caju nativo, caju clone e o caju misto.
Conforme explica a gestora do Projeto Agroindústria do Caju do Sebrae no Piauí, Geórgia Pádua, essa iniciativa partiu da necessidade de melhorar o cenário da produção da cajuína no Estado. “Essa necessidade de agregar valor e destacar os melhores produtos fez com que os produtores desejassem a padronização. Com essa caracterização vai ser possível criar o selo e desta forma apresentar produtos com mais qualidade e com garantias para o consumidor final”, explica a gestora.
Para o consultor Roberto Castelo Branco, a pesquisa feita serviu para validar a cajuína fabricada com as variedades de caju. “O que foi visto é que o produto final apresenta poucas variações, ou seja, são quase imperceptíveis as diferenças da cajuína feita com o produto nativo, o clone e o misto. Isso faz com que os produtores possam se adequar mais facilmente, já que a pesquisa dá as orientações sobre como é o produto ideal para receber a certificação”, esclareceu o consultor do Sebrae.
O produtor da cajuína Aeroporto, da cidade de Floriano, Ademar Monteiro da Rocha, conta que com essa regulamentação os produtores só terão benefícios. “Nós vamos poder oferecer garantias e confiança. O consumidor terá certeza que está adquirindo um produto de qualidade. A cajuína certificada também terá maior aceitação no mercado, já que as indicações estarão presentes nos rótulos”, declarou o produtor.
O pedido do selo vai ser encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, INPI, em setembro, depois que forem validados todos os produtores e realizadas as devidas atividades de criação, caracterização, numeração e símbolos do selo.
Depois de criado o selo, será formada uma comissão que vai vistoriar a produção das cajuínas regulamentadas. O intuito é manter o padrão que foi instituído. A comissão terá representantes do Sebrae no Piauí, dos produtores de cajuína, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa; e UFPI.
Os atributos sensoriais analisados caracterizaram que as cajuínas que obtiveram aceitação possuem: cor média, líquido brilhante e homogêneo, odor próprio de cajuína, não sendo relacionado diretamente ao caju; textura leve, sabor/gosto próprio da cajuína, sabor frutado de caju mediano com acidez e adstringência leves, doçura média, doce suave ao acentuado e sensação oral frio forte. Para ter a percepção dos demais atributos, a cajuína tem que ser ingerida em temperaturas que variam de 7 a 10º C.
Serviço:
Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae no Piauí: (86) 3216-1356
Gerente: Graça Batista – (86) 9405-4498
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