quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Quase 70% das empresas colhem resultados com a Web 2.0


Quase 70% das empresas colhem resultados com a Web 2.0

Entre as organizações que implementaram ferramentas colaborativas para melhorar o acesso ao conhecimento, em média, esse ganho foi de 30%. Enquanto os custos de comunicação tiveram queda de 20%


Redação CIO Brasil

Ao longo dos últimos três anos, houve uma disseminação no uso das ferramentas de Web 2.0 (termo utilizado para definir o uso da internet como plataforam colaborativa), o que levou muitas empresas a aderir a esse tipo de solução colaborativa. E um estudo mundial, divulgado no mês de setembro pela consultoria McKinsey, descobriu que as organizações já começam a colher resultados efetivos com o uso dessas novas tecnologias.

Dos 1,7 mil líderes das organizações consultados pelo estudo, 69% deles responderam que suas companhias têm conseguido benefícios mensuráveis de negócio graças à adoção de ferramentas de Web 2.0, por meio da criação de produtos e serviços mais inovadores, melhoria nas atividades de marketing e facilidade de acesso a conhecimentos e informações.

No levantamento, quando questionados sobre o uso interno que fazem das ferramentas de Web 2.0 nas companhias, a maior parte dos entrevistados (68%) disse que utiliza as soluções para melhorar a velocidade de acesso ao conhecimento e, em média, eles atribuíram um ganho de 30% nesse quesito graças à adoção de ferramentas colaborativas. Além disso, outros 54% informaram que usam as tecnologias para reduzir custos de comunicação e afirmaram que a economia chega a 20%.

Já sobre a utilização das soluções de Web 2.0 para relacionamento com clientes, 52% dos profissionais que responderam ao estudo destacaram que as ferramentas têm sido orientadas a melhorar a efetividade das ações de marketing e, na prática, elas impactaram em um aumento de 20% na lealdade dos usuários.

Quanto à implementação das ferramentas de colaboração para trabalhar com parceiros externos ou fornecedores, dos 686 entrevistados que disseram fazer uso desse recurso, 51% o consideram como uma arma importante para melhorar a velocidade de acesso ao conhecimento e 49% acreditam que isso permite reduzir custos de comunicação.

Ferramentas mais eficientes
Quando perguntados sobre as ferramentas de Web 2.0 que têm sido mais efetivas para uso interno nas empresas, entre os respondentes que afirmaram já ter visto benefícios concretos com as soluções, 48% priorizam as soluções de compartilhamento de vídeo, 47% adotam
blogs, 42% redes sociais e RSS (Really Simple Syndication) - mecanismo que permite ser informado imediatamente quando uma informação do interesse do usuário é publicada.

No caso das empresas que usam as soluções colaborativas para melhorar o relacionamento com clientes, 51% afirmam já ter colhido resultados efetivos com blogs, 48% com compartilhamento de vídeo e redes sociais e 45% com RSS.

Enquanto isso, nas organizações que utilizam a Web 2.0 para melhorar o trabalho com parceiros e fornecedores, os blogs aparecem como as ferramentais mais eficientes, com 51% das respostas, seguidos por compartilhamento de vídeo (50%), redes sociais (49%) e RSS (45%).

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

IPTU residencial para micro

IPTU residencial para micro
O intuito é diminuir a burocracia para incentivar a formalização de atividades como pipoqueiro e costureira
Lívia Barreira


A Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) sinaliza para diminuir a burocracia e os custos de quem aderir ao programa do Empreendedor Individual (EI), em vigor na Capital desde o último dia 4.

Uma das mudanças previstas é que aqueles que exercerem suas atividades econômicas em casa não precisem pagar o IPTU comercial, mas, sim, a alíquota do imposto referente a categoria residencial, que é mais barato. Segundo a assessora econômica da Secretaria de Finanças de Fortaleza (Sefin), Tatiana Scipião, o município está construindo juntamente com o Sebrae/CE uma minuta para a nova legislação, que deverá atingir desde pipoqueiros e vendedores de lanche; a costureiras, sapateiros, dentre outras pessoas que trabalham por conta própria. "O objetivo da nova lei é desburocratizar ao máximo para incentivar a formalização dessas pessoas", diz Luciana. O evento segue até hoje no Sebrae/CE .
A minuta da lei, segundo ela, já está 80% pronta. "Falta apenas a parte da Vigilância Sanitária, para classificar as atividades por risco, o que simplificará a concessão de licenças de funcionamento", pontua Tatiana. "Em um prazo de 15 dias deveremos enviar a lei para a prefeita Luizianne Lins, que já deve repassar para ser votada na Câmara dos Vereadores e ser sancionada", completa. Segundo ela, a simplificação depende da adequação e flexibilização das leis municipais à lei que criou o Empreendedor Individual.
Na capital cearense, além da questão tributária e sanitária, o trabalho reúne órgãos das áreas de meio-ambiente, desenvolvimento econômico e fiscalização integrada. "A burocracia é a grande responsável pelo alto índice de informalidade existente no País. Agora temos um momento novo. E o objetivo dessa reunião é conciliar simplificação com as normas municipais e substituir o caráter restritivo pela ação educativa, de orientação", diz o gerente de Políticas Públicas do Sebrae/CE, Bruno Quick.
O Empreendedor Individual foi criado pela Lei Complementar 128/08, que inseriu esse mecanismo na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Essa figura jurídica entrou em vigor em 1º de julho e simplifica a formalização dos autônomos.
O custo da formalização é o pagamento mensal de R$ 51,15 (INSS), R$ 5,00 (Prestadores de Serviço) e R$ 1,00 (Comércio e Indústria) por meio de carnê emitido exclusivamente no portal do empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). Com o EI, a idéia é que todo o processo de cadastramento dos informais seja concluído em, no máximo, 30 minutos.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Novo tempo com o Empreendedor Individual

Novo tempo com o Empreendedor Individual
É preciso que toda a sociedade participe dessa verdadeira mobilização nacional pela formalização do empreendedor individual
José Pimentel


Onze milhões de homens e mulheres que trabalham por conta própria no comércio, na indústria e na prestação de serviços começam a ter as suas atividades formalizadas em todo o país graças ao Programa do Empreendedor Individual. Certamente esse será o tema mais discutido na sociedade durante os próximos cinco anos, com potencial para mudar o perfil do empreendedorismo no Brasil.

Em pouco tempo, borracheiros, doceiros, manicures, pipoqueiros, artesãos, caminhoneiros, costureiras, jardineiros, lavadores de carro, verdureiros e vidraceiros -dentre 170 ocupações de empreendedores individuais reconhecidas pelo Simples Nacional- de todas as unidades da Federação poderão formalizar gratuitamente o seu estabelecimento, de forma simples e sem burocracia.
Para aderir a esse sistema inédito e inovador, o empreendedor precisa ter faturamento anual de até R$ 36 mil e, no máximo, um empregado. Com esse programa, temos agora um grande instrumento de inclusão social, de acesso à proteção previdenciária e às políticas públicas.
O objetivo do governo é resgatar a cidadania e contribuir para o crescimento desses trabalhadores como empresários. O Empreendedor Individual é importante para o desenvolvimento nacional, estimula o mercado de trabalho e dá dignidade a milhões de trabalhadores e suas famílias. Ao reconhecer os empreendedores como produtores de riqueza, permitindo-lhes um tratamento diferenciado, os governos federal, estaduais e municipais estão investindo em cidadania, na autoestima dessas pessoas e no desenvolvimento das economias locais.
Os pequenos empreendedores individuais podem ser legalizados com uma contribuição previdenciária de R$ 51,15 (11% do salário mínimo) e o pagamento simbólico de R$ 1 de ICMS ao Estado - para os que trabalham no comércio ou na indústria - ou de R$ 5 para o município, de ISS - no caso dos prestadores de serviço.
O que o pequeno empreendedor ganha com isso?
Quero destacar que, ao formalizar a sua atividade, o trabalhador ganha a proteção da Previdência Social e passa a ter direito a aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e salário maternidade. No ato da inscrição, sua família já fica protegida com pensão por morte e auxílio-reclusão, benefícios em que não há carência. Além da cobertura previdenciária, os trabalhadores que aderirem ao Programa do Empreendedor Individual passam a usufruir de todas as vantagens do mundo formal. Entre elas, é importante citar o acesso a linhas de crédito com juros diferenciados na rede bancária, a participação nas políticas públicas voltadas para o setor e a possibilidade de participar das compras governamentais, envolvendo todos os entes do pacto federativo.
Para ter uma ideia da importância dos empreendedores individuais, as micro e pequenas empresas geraram mais de 450 mil empregos em todo o Brasil somente no primeiro semestre de 2009. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego. Ainda segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), somente os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm 4.025.604 pessoas com perfil de empreendedor individual.
A maior parte está no Estado de São Paulo, com 2.053.129. Minas Gerais tem 1.021.153, e o Rio de Janeiro, 951.322. Houve um tempo em que o Estado olhava para os trabalhadores individuais com preconceito, tratando-os como fora da lei, sem importância para a produção nacional. Agora, esses batalhadores do dia a dia têm a atenção dos governos federal, estadual e municipal. É um olhar diferenciado, em que o Estado expande sua proteção social, por meio da cobertura previdenciária, ao mesmo tempo em que oferece as condições e o estímulo necessários para que se tornem produtores de riquezas e de progresso para o país.
É necessário ressaltar o importante apoio do Sebrae e de diversas instituições em todo o país. Fundamental ainda é o papel das prefeituras que já estão implantando a sala do empreendedor em suas cidades e estimulando ainda mais a formalização de trabalhadores e trabalhadoras. Mas é preciso que toda a sociedade e as forças políticas do país participem dessa verdadeira mobilização nacional pela formalização do empreendedor individual.
Essa é uma bandeira do Estado brasileiro que merece a atenção e o empenho dos que lutam pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e do desenvolvimento do Brasil.
Essa iniciativa é mais uma prova de que o Brasil vive um novo tempo.
José Pimentel, advogado, deputado federal (PT-CE) licenciado, é ministro da Previdência Social.