sexta-feira, 7 de maio de 2010

Micro e pequenos precisam crescer mais que a média nacional

Diretor do Sebrae afirma que só assim o segmento aumentará a participação no Produto Intermo Bruto e contribuirá para melhorar a distribuição de renda
Da Agência Sebrae de Notícias

"Há circulação de riqueza na base da pirâmide. Os valores, individualmente, são pequenos, mas muito expressivos no total. Com a estabilidade econômica, aumento do emprego e da massa salarial, além dos programas de transferência de renda, grandes varejistas e instituições financeiras traçam estratégias para conquistar em definitivo grandes nacos desse interessante mercado potencial". Essas considerações foram feitas pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, no encerramento da Semana Sebrae do Agronegócio 2010, em Brasília.

“Não tenham dúvidas, não se trata de estratégias de marketing social. São estratégias fortes de ampliação de negócios”, afirmou, ressaltando que Sebrae e parceiros pretendem, por meio de ações abrangentes e integradas, que os pequenos negócios urbanos e rurais, naturalmente mais próximos desse chamado contingente de menor renda per capita, organizem-se para alavancar vendas não só no próprio território mas também para atenderem nichos de maior renda, inclusive internacionais.

Só essa maior abrangência mercadológica garantirá maior faturamento aos pequenos negócios, fundamental para que amparem o processo de distribuição da renda nacional, via maior faturamento, absorção de mão de obra e pagamento de melhores salários. Avaliações de consultorias privadas de renome indicam que o Brasil duplicará, até 2020, o seu Produto Interno Bruto (soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante determinado período ), hoje em R 3,1 trilhões. A expectativa é que ultrapasse economicamente países como Itália e França.

A participação de micro e pequenas empresas no PIB é de 20%, apesar do segmento abrigar 98% dos 5,8 milhões dos negócios formais de todo o país e ser responsável por 60% dos postos de trabalho. “O importante é que os pequenos negócios faturem mais, por meio da inovação, para que o segmento cresça mais que a média dos demais porque só assim ampliará a participação no PIB”, explicou Carlos Alberto.

O diretor fez questão de citar uma propaganda da PriceWaterhouse estampada na poltrona de um avião durante vôo do Rio de Janeiro para Brasília: “O Brasil será a quinta potência mundial na próxima década. Qual o benefício para sua empresa?” Obviamente, observou, a consultoria está falando para médias e grandes empresas. “Nós, do Sebrae, falamos para as micro e pequenas e trabalhamos para que também aproveitem este novo ciclo de crescimento que já é realidade hoje e se desenha para os próximos anos.”

Carlos Alberto fez questão de citar casos de sucesso como o da plantação de melão em estados do Nordeste que, por meio da certificação, consegue melhores preços no mercado interno e também ser exportado. O mesmo está acontecendo com o mel e a cachaça. "Temos condição de produzir de alimentos saudáveis e com atenção ao meio ambiente. São produtos com grande valor agregado que podem fazer a diferença em termos de faturamento para produtores e empresas individualmente e para o território, no geral", concluiu.


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