Já havia escrito aqui sobre o tema Farmácia do Futuro, em um artigo onde digo para onde acho que ela vai caminhar. Essa semana voltei a apresentar o tema, mostrando algumas novidades do que vi em minha última viagem a Europa em uma palestra chamada “Farmácia do Futuro”, onde debatemos os caminhos da farmácia no Comitê de Trade, Promoção e Varejo da ABA SP. Estiveram presentes empresas como Kimberly Clarck, Coca-Cola, Unilever, Coca-Cola, Johnson & Johnson, Pfizer, Boehringer-Ingelheim, Pão de Açúcar e Wal Mart.
O debate foi fantástico! Todas estas empresas estavam juntas a mesa discutindo o caminho da farmácia. Ainda me surpreende que somente Pão de Açúcar e Wal Mart das grandes redes varejistas estiveram presentes, mas também muito me agrada que o varejo já esteja presente para debater os caminhos do segmento. Entendemos a necessidade enorme de desenvolver alguns estudos de impacto para mensurar e avaliar qual o efeito real do incremento de vendas, e também do custo do espaço dos terminais de gôndola ou outros tipos de ação dentro do PDV, assim como o trabalho da farmácia por universo de produtos, e adorei ouvir uma frase em nosso comitê, onde foi dito que estamos vendo as mesmas tendências há 10 anos, e que elas já estão inclusive velhas, e muito nos fez rir, pois é completamente real! A gente já sabe que o consumidor demanda que a farmácia vire um local de saúde, que o serviço precisa ser agregado ao setor, que provavelmente ela precisa oferecer muito mais coisas naturais, do que somente medicamentos, e que – não esqueçamos – a categoria destino na farmácia continua sendo medicamentos, que existe uma necessidade grande do consumidor no PDV por um atendimento personalizado, e nisso a RDC 044, inclusive, contempla uma parte interessante de atendimento farmacêutico, mas o que nos fez refletir é que quando, efetivamente, daremos passos representativos nesta mudança neste sentido.
Essa é a pergunta que gostaria de fazer, pois o setor farmacêutico brasileiro é um dos mais bonitos do mundo. Ele tem uma área de dermo bastante bonita, mas muitas perguntas devem ser feitas. A área de dermo hoje incorpora várias marcas, então como elas devem ser expostas? Por marca ou por necessidade do consumidor? Por enquanto, o consumidor provavelmente compra por marca, mas existe outra coisa importante a considerar: que tipo de demanda existe na categoria? A categoria não pertence a uma marca, pertence a um todo. Existem outros tipos de questão, como, por exemplo, para os lugares onde a RDC 044 não está valendo – e como já disse aqui em outras matérias, tomara que ela caia, pois muitas vezes é melhor que ele escolha o polivitamínico que ele quer, por exemplo, e depois seja induzido a comprar por um balconista que está ganhando guelta, o que é interessante pensarmos, dentro desse cenário que o consumidor tem o direito de escolher o produto que ele quer comprar de OTC, como é que ele pensa, por exemplo, os produtos da farmacinha dele. Como na cabeça dele ele agrupa esses produtos. Quais são os grandes universos de OTC dentro da farmácia? E quais os segmentos que pertencem a esse universo?
Aproveitei para apresentar várias fotos de farmácias que não muito menos bonitas que as farmácias brasileiras, mas que tem um pensamento “universo de produtos” talvez mais inteligente, pois ele não vai no sentido de simplesmente dizer “analgésicos”, ele vai dentro de um grupo de necessidades. Nesse sentido eles mostram e comunicam isso ao consumidor: grupos para circulação, para gripe, para família, diabéticos. Provavelmente para isso ser definido e ter sido feito nessas farmácias, foi realizado um estudo. Inclusive entrevistando as farmácias descobri que essa foi uma parceria feita com o setor farmacêutico.
Outra discussão fantástica que tivemos e começamos a ver acontecer de uma forma muito bonita, saindo do ideal, mas partindo para prática, é que concorrentes precisam se juntar para trabalhar para o desenvolvimento do setor. E nesse sentido nós vimos alguns concorrentes, como por exemplo, Johnson e Boehringer – que são concorrentes em alguns medicamentos – discutirem a possibilidade de fazer um estudo em conjunto, para responder algumas perguntas e trazer conhecimento para o canal varejista. Acho que saímos todos muito animados desta reunião, e decidimos fazer um fórum, onde estará sempre aberto para quem desejar, inclusive para você que está lendo esse blog, para apresentação de cases, do varejo e da indústria ligada ao segmento de farmácia, nos fórum trimestrais que acontecerão do segmento no Comitê de Promoção, Trade e Varejo da ABA SP.
Esse debate ainda tem uma continuidade no Rio, semana que vem, falando muito sobre o canal distribuição, que é muito forte no setor farmacêutico, assim com em outros setores. Este debate será gratuito e ocorrerá no dia 05/10 na ESPM/RJ com o Scaroni, que foi Diretor Comercial da Drogasmil/Farmalife, e hoje em dia está no setor distribuidor-atacadista farmacêutico, e falará um pouco sobre as ferramentas de Trade aplicadas ao mercado atacadista/distribuidor. Também participarei do debate apresentando uma reflexão sobre o pequeno varejo.
Postado por Fabianni Melo no Blog do Comércio Varejista SEBRAE em 10/07/2011 04:12:00 PM
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