terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Negócio Milionário

Como empreendedores começaram pequenos e fizeram de seus negócios verdadeiras minas de ouro


Flávia Ghiurghi

Em 2008, Noah Everett, até então, um programador web, montou um site chamado Twitpic com o intuito de auxiliar no compartilhamento de fotos no Twitter. Na época, ele usou um único servidor e bancou sozinho todo o serviço. Por um ano e meio foi o único funcionário da empresa e, posteriormente, passou a contar com mais três (seu pai, sua mãe e um programador que ele nunca viu pessoalmente). Hoje, o site é um dos serviços mais populares do Twitter, prestes a atingir a marca de 6,5 milhões de usuários e com faturamento aproximado de U$1,5 milhão por ano.

Em março do mesmo ano, o italiano Giacomo Guilizzoni fundou a Balsamiq Studios com o intuito de vender o software Mockups, usado para fazer wireframes em fases de prototipação de softwares e websites. Ex-engenheiro de software senior na Adobe e um dos responsáveis pelo Adobe Connect, Guilizzoni queria aliar o talento para desenvolver softwares com a vontade de ter o próprio negócio. Começou a empresa sozinho sendo ajudado, mais tarde, pela esposa. Mesmo com pouca estrutura, conseguiu cinco mil clientes em menos de 11 meses e só contratou o primeiro funcionário em 2009. Atualmente, a empresa é formada por quatro pessoas e registrou lucro de U$1.139.919,59, em 2009.

Assim como Everett e Guilizzoni, há inúmeros casos de empreendimentos no Brasil que começaram pequenos, com o mínimo de estrutura, e foram ganhando espaço rapidamente, se tornando negócios milionários. Prova disso é a estimativa de que o número total de milionários no Brasil irá superar o dos demais países integrantes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) em 2017, e de que um brasileiro se torna milionário a cada dez minutos.

“Cada vez mais promissora, a classe média vem se tornando uma ‘mola propulsora’ de negócios no Brasil, já que faz parte das metas querer melhorar de vida, tanto no lado pessoal quanto no profissional e financeiro.” ADIR RIBEIRO, DA PRAXIS EDUCATION

 
TECNOLOGIA ALIADA A NOVIDADE
Os empresários Alex Todres e Bob Rossato investiram em algo novo. Os dois criaram o portal ViajaNet em novembro de 2009, com investimento de R$ 4 milhões pulverizados ao longo de quatro anos, e contaram com a participação do Fundo de Investimentos Norte Americano da Travel Investiment Technology (T.I.T.).

De acordo com Todres, o objetivo da criação da agência era estimular o turismo on-line e o crescimento do comércio eletrônico. “Nossa história é bem interessante, uma vez que meu sócio, Bob Rossato, tem dez anos de bagagem em turismo on-line e eu em marketing digital. Ou seja, unimos o core business da empresa com as estratégias fundamentais para se dar bem no comércio eletrônico – marketing digital”, comenta.

Com mais de 250 mil usuários cadastrados, a média atual de acessos no portal é de dois milhões de visitantes por mês. A expectativa da empresa era de faturar R$ 12 milhões no primeiro ano, e hoje a projeção é de R$ 55 milhões até o final de 2010. “O bom momento do turismo no Brasil, aliado ao aumento do poder aquisitivo da população, contribuiu muito para o nosso crescimento”, ressalta Todres.

Uma grande sacada da ViajaNet que ajudou a alavancar os resultados da empresa foram as ações promocionais em datas sazonais. Segundo o empresário, em épocas como início de temporadas, mudanças de estações e feriados, são feitas campanhas que oferecem preços mais baixos e opções maiores de parcelamento. Além disso, a empresa apostou no marketing online para mensurar minuciosamente a percepção de sua marca pelos internautas e segmentar ações de acordo com o perfil do público.

Fundada em 2005, com sede em São Paulo e filial em Cuiabá, a FDM Network Consulting se tornou uma das principais integradoras em infraestrutura de redes para mercados verticais, segundo o presidente Fabio Sidney. “A empresa começou dentro da minha própria casa, como uma consultoria, atendendo grandes contas e com o crescimento foi necessário montar uma estrutura de operação para atender as exigências dos clientes”, conta Sidney.

Apesar de começar o negócio com pouco capital, o empresário garantiu uma lucratividade precoce por conta de um bom planejamento. “Desde o início, a FDM só superou as expectativas iniciais, e obteve por anos um crescimento de até 200%. A empresa começou com um capital social de R$10 mil e, hoje, o capital social gira em torno de R$500 mil. Desde seu nascimento, a empresa cresceu mais de 1000%”, explica.

Há também quem decidiu investir em leilões virtuais. A história do portal de Olho no Click começou em meados de 2007 em uma conversa informal entre dois amigos, que discutiam suas possibilidades de vida futura e onde estariam dali há alguns anos. “Nessa conversa, comentei com o Sylvio Ávilla, meu sócio sobre o livro ‘Você está Louco’, no qual o autor Ricardo Semler conta algumas de suas ideias revolucionárias. E depois que o Ávilla comentou que ao morar na Alemanha, teve contato com um novo modelo de negócios, começou a brotar ali mesmo o projeto do Olho no Click”, relembra o diretor comercial, Guilherme Pizzini.

Os futuros sócios levaram um ano e oito meses para estruturar o projeto, estudar o mercado, identificar oportunidades e ameaças, além de buscar parcerias que viabilizassem o projeto. No primeiro trimestre de 2010, a empresa cresceu 215%, em compraração ao mesmo período de 2009, “Qualquer empreendimento deve passar pela etapa do planejamento, por isso, é fundamental que, antes de iniciar o projeto, realize um estudo aprofundado para identificar o tamanho do mercado, quais oportunidades ele traz, quem são os clientes, quais suas necessidades e, baseado nessas informações, planejar e executar suas ações”, acrescenta Pizzini.












Nenhum comentário:

Postar um comentário